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Indústria e comércio admitem dificuldade para contratar profissionais


29/07/2012



Comércio e indústria reconhecem as dificuldades para contratar, em Sorocaba, mão-de-obra qualificada. Não é, ressalvam, um "privilégio" da cidade, que tem feito a lição de casa para fazer frente ao crescimento da atividade econômica e à instalação de novos empreendimentos. O diretor-adjunto da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Syllos; o diretor do Senai, Jocilei Oliveira, e o gerente do núcleo do Senac, João Henrique de Oliveira, concordam que a capacitação profissional é um desafio a ser trabalhado.



Pelo Ciesp, Syllos diz que os problemas enfrentados decorrem do crescimento da demanda. Acrescenta que a entidade das indústrias e o poder público desenvolvem pesquisa en escolas técnicas e universidades buscando oferecer cursos específicos, que ajudem a dar conta do gargalo. Syllos descarta que o município administra uma crise, ainda que reconheça que muito mais precisa ser feito. "Um empresário, quando estuda se instalar numa cidade considera a mão-de-obra especializada como um dos fatores para a escolha do local. E, se temos muitas empresas se instalando aqui, é porque esse é um dos nossos atrativos".



A indústria, por outro lado, tem contratado trabalhadores especializados fora dos limites da cidade para atender suas necessidades. "Em alguns segmentos específicos, isso acontece. Tanto quanto exportamos bons profissionais para outros lugares, precisamos, dentro de determinadas características de algum setor, de forma isolada, é bom que se diga, recorrer a essa prática. Não estamos, rigorosamente, deixando de contemplar a empregabilidade local, mas resolvendo uma questão pontual".



Syllos diz ainda que hoje as empresas investem em alta tecnologia e possuem máquinas e equipamentos avançados. Isso fez com que o perfil do profissional mudasse. "Hoje, para o trabalhador chão de fábrica, o mínimo que se exige é o segundo grau (ensino médio). Mas só isso não é o bastante; é preciso se qualificar. O ensino técnico e a formação do tecnólogo vêm sendo muito valorizados. O Senai é, hoje, um grande formador de técnicos para a indústria. Por isso, acho que quem quer entrar para o mercado deve começar a pensar no diferencial. Em Sorocaba, os segmentos que mais têm propiciado espaço para o trabalhador se inserir no mercado são os setores metalmecânico, eletroeletrônico e eólico".



Da mesma forma, o diretor do Senai, Jocilei Oliveira, afirma que a formação profissional precisa de tempo para se concretizar, já que envolve trabalhar princípios e valores das pessoas, bem como aspectos técnicos das ocupações. Ele cita o exemplo da carreira de mecânico de usinagem, cujo aprendizado envolve 3,2 mil horas (a duração da maioria dos cursos oferecidos pela escola).



Oliveira diz que a qualificação profissional não é um gargalo; é, antes, a alternativa de que dispõem as empresas para serem produtivas e competitivas. "Trata-se, afinal, da razão da sobrevivência neste mundo global", comenta. Até bem pouco tempo, estudar no Senai equivalia a garantir uma vaga no mercado de trabalho. A situação, ele garante, ainda continua. "De acordo com a pesquisa que elaboramos a partir do Sistema de Acompanhamento dos Egressos, 90% dos nossos alunos conseguem emprego durante, ou logo após o término do curso".



Oliveira acredita que o quadro melhore ainda mais quando a unidade da zona norte do Senai começar a funcionar, em 2014. No momento, ele informou, o projeto se encontra em fase de aprovação na Prefeitura. Ao todo, serão investidos no empreendimento R$ 65 milhões. "Quando a nova unidade estiver com toda sua capacidade de funcionamento, formaremos junto com a unidade de Santa Rosália, aproximadamente 35 mil alunos por ano".



No que se refere ao comércio, diz o gerente do Senac, João Henrique de Oliveira, a questão da qualificação profissional é sistêmica e envolve escolas, empresas, Estado e os trabalhadores. "O senso comum diz que a qualificação profissional é responsabilidade do governo, em menor grau do trabalhador, depois é responsabilidade da escola e, por último, da empresa. Essa crença nos coloca alguns problemas, pois ela entende o trabalhador como um indivíduo acrítico que não consegue avaliar o que é bom para si mesmo".



"Eu vejo de outra forma; entendo que em geral algumas áreas ficam sem trabalhadores qualificados porque a remuneração é incompatível com o investimento em estudos. Dessa forma, os trabalhadores tendem a migrar para outras áreas de formação onde a remuneração ou a qualidade de vida é mais atrativa. Cito como exemplo a profissão de garçom; esse profissional está desaparecendo, a despeito dos cursos ofertados, porque o mercado de trabalho geralmente remunera mal".

 

Fonte:

José Antonio Rosa - joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br

http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=406203



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